quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Dra. Zilda Arns


O Brasil, principalmente as crianças carentes deste país, e a Igreja no Brasil estão de luto: morreu no terremoto do Haiti a fundadora da Pastoral da Criança e, mais recentemente, da Pastoral da Pessoa Idosa, a Dra Zilda Arns.

Médica pediatra e sanitarista, Zilda Arns é irmã do arcebispo emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. Mãe de cinco filhos e viúva desde 1978, dedicou a vida a causas humanas e solidárias.

Fundou a Pastoral da Criança em 1983, organismo de ação social ligado à CNBB, que tem como objetivo o desenvolvimento integral das crianças pobres e que promove, em função delas, também suas famílias e comunidades.

A Pastoral da Criança atua no Brasil por meio de 261 mil voluntários, que acompanham mais de 1,8 milhão de crianças e 95 mil gestantes, em mais de 42 mil comunidades de 4.066 municípios brasileiros.

Foi uma mulher de ação, com resultados concretos. Mostrou pelo seu exemplo concreto que é possível a todos ajudar seu semelhante - basta querer.

Que Deus Pai traga o conforto à família e a todos os amigos e admiradores desta mulher fantástica, e que seu exemplo sirva de estímulo aos que a seguiram neste caminho que salvou da morte milhares de crianças carentes pelo Brasil.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Pragas brasileiras 3


Mais uma para a minha coleção: a dos atentados à última flor do Lácio, inculta e bela.

Aqui em Maceió até que essa frescura era rara, mas chegou com força de uns tempos para cá: os estrangeirismos. Nós, brasileiros e lusofalantes em geral, deveríamos ter vergonha de importar termos estrangeiros, principalmente da língua inglesa. Nada contra o inglês ou outra língua qualquer; apenas entendo que se somos falantes de uma das línguas mais ricas do mundo em vocabulário, pra que importar palavras e expressões de outras línguas?

Já não bastavam os "disk-qualquer coisa", agora as pizzarias, as farmácias, floriculturas e até lanchonetes fazem "delivery". As promoções são anunciadas em letreiros enormes com "50% off". Os pacientes chegam ao meu consultório pedindo para fazer um "check-up". Os carros têm melhor "performance", em vez de desempenho. Outro dia vi um sujeito dizer, em um aula de um congresso médico, que nós poderíamos "printar" um documento, em vez de imprimir. Usando o computador, ninguém apaga um arquivo, "deleta-se" o arquivo.

Há alguns dias, soube de um fato que deixou linguisticamente aborrecido: um famoso economista português, ganhador de vários prêmios internacionais de economia, veio proferir uma palestra em São Paulo, para os alunos da Fundação Getúlio Vargas... em inglês! Não entendi?!?!?

Mas essa moda é antiga. Desde que eu me entendo por gente que as teclas de comando do aparelho de som ou do video cassete são "play", "rewind", "fast-forward" e "stop". Uma vez um vendedor me disse que esses comandos vinham em inglês porque esses equipamentos eram importados. E agora, que são todos fabricados em terras tupiniquins, para serem vendidos aqui, qual a desculpa?

Quando eu era adolescente (nem faz tanto tempo assim, deixe de maldade), quem não ouvisse música em inglês estava ultrapassado, era careta, abigobal e outros termos mais ou menos ofensivos. Atualmente nem é tanto, mas ainda se escuta muita porcaria importada; parte da culpa é nossa, que permitimos que se lancem porcarias musicais inclusive pornofônicas, como uma "música" que está tocando por aqui que fala em botar a mão na bundinha, depois não-sei-aonde e por aí vai ladeira abaixo da baixaria.

Um dos fatores mais importantes da nossa unidade e da nossa brasilidade é exatamente a língua: falamos português de norte a sul deste imenso país, com vários sotaques, mas sem barreiras intransponíveis. Pra que falar em inglês aqui, para brasileiros?

Valorizemos a nossa língua, tenhamos amor próprio!