sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Ser professor de medicina


 

Olá, meu leitor!

Sou professor universitário há mais de 20 anos aqui em Maceió, praticamente o tempo que tenho de vida profissional. Ainda na faculdade e mais fortemente na residência, ao ver o exemplo de grandes mestres que tive, comecei a sentir o desejo de ser também professor.

Comecei minha carreira na microbiologia médica da Ufal. Depois, quase ao mesmo tempo, entrei na microbiologia da Uncisal e, ainda como substituto, na infectologia da Ufal.

Hoje sou professor de microbiologia da Uncisal, de infectologia na Ufal e, mais recentemente, também no Cesmac. Também sou supervisor e preceptor da residência médica de infectologia do HEHA, o que também me dá muita satisfação.

Sempre digo que sou plenamente feliz e realizado profissionalmente, ao exercer a infectologia e também a docência. Se tivesse que fazer tudo novamente faria, outra vez, a mesma carreira de infectologista e de docente.

Nessa vida de mais de 20 anos de docência, já tive muitas alegrias, ao ser homenageado por várias turmas da Ufal e da Uncisal. É sempre uma alegria enorme ver que o trabalho valeu a pena, apesar de todas as dificuldades.

Essas turmas que já passaram por mim, cada uma com o seu jeito, com a sua cara, com a sua vibração, cada uma única no seu jeito de ser, me marcaram profundamente como professor e como ser humano, e sou eternamente grato a cada uma. É bom demais chegar nos mais variados serviços de saúde daqui de Maceió e também em outros lugares, como aeroportos e shoppings, e ter um ex-aluno que faz questão de vir falar comigo. Isso é bom demais!

Dessas todas, duas turmas da Ufal me marcaram de modo especial: a turma 80, que me homenageou como patrono, e a turma 54, que me homenageou como seu paraninfo.

Hoje tive uma enorme alegria, que me fez reviver todos esses momentos, de modo especial: a turma 54 está comemorando 20 anos de formatura, e tiveram o carinho e amizade de nos chamar, a mim e alguns professores homenageados para celebrar este marco tão significativo.

Foi um bom teste para as coronárias, estão boas! Foi muito emocionante e gratificante poder celebrar esses 20 anos com essa turma muito querida.

Parabéns, queridos ex-alunos! Fiquem certos que carrego a todos no coração e sempre que faço minhas orações, recomendo todos a Deus.

Lembrando hoje da formatura de 20 anos atrás, desejo a todos as bençãos de Deus, rezando como Francisco de Assis, ao enviar seus confrades em missão:

O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti Sua Face e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o Seu Rosto e te dê a paz!




sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Trinta anos

 



Olá, meu leitor


Hoje é um dia especial para mim: completo 30 anos de formatura.

Parece que foi ontem que ouvi meu nome no listão do vestibular - naquela época era pelo rádio - só depois a gente ia na faculdade ver o nome na lista pregada no mural ou pelas paredes.

Aí, só festa. Os veteranos tratavam de raspar a cabeça da gente, tomávamos banho de ovos e farinha. Os mais afoitos já tomavam "umas" doses para comemorar.

Chegamos na faculdade, a antiga FEMP, depois UEPA, todos de cabeça raspada, ainda desconfiados. Procurávamos rostos conhecidos da escola ou do cursinho pré vestibular. Logo já éramos amigos para a vida inteira. Já começaram os apelidos, como o Xampu, que nem parecia ter raspado o cabelo, e outros menos próprios para este espaço.

Alguns veteranos que tiveram dificuldades se juntaram na nossa turma, que acabou sendo grande, no fim das contas.

Passamos por todas as matérias exigidas, algumas bem puxadas, outras nem tanto. Vimos logo que durante o primeiro ano de curso estudamos muito mais do que para passar no vestibular, e a cada ano só piorou.

Conseguimos terminar o curso com a turma quase completa. Alguns poucos foram ficando pelo caminho.

Nestes trinta anos, tivemos algumas perdas, uma logo após a formatura, outra alguns bons anos depois e duas na pandemia.

Neste mês de novembro, alguns integrantes tiveram a idéia de se reunir em um resort aqui em Maceió. Estive lá com eles uma noite, foi muito bom rever amigos de 30 anos. Precisamos nos reunir de novo.

Fica aqui o registro e, olhando para trás, posso dizer sem errar: valeu a pena!

Que venham mais 30 anos! 


quarta-feira, 19 de junho de 2024

Chico Buarque 80 anos

 



Olá, meu leitor!

Hoje, 19 de junho, um dos maiores compositores e letristas da música brasileira está completando 80 anos: Chico Buarque.

As músicas dele tem melodias bem elaboradas e letras bem feitas, com métrica e rima de qualidade. As músicas dele foram e ainda são motivos para eu gostar de violão, e são sempre um desafio. Como diz um amigo meu, Chico sabe música e sabe português.

Seria injustiça minha dizer qual é minha música favorita, mas posso citar algumas, sem desmerecer as demais: A banda, Geni e o zepelim, Umas e outras, A Rita, Cotidiano n 2, Os saltimbancos etc etc.

Parabéns, Chico!


domingo, 17 de setembro de 2023

Bento e Bernardo

 


Olá, meu leitor!

Depois de quase um ano de muito trabalho e pouco tempo para escrever, estou de volta. Senti a necessidade de escrever sobre essa imensurável e inimaginável arte de ser pai.

Pra começo de conversa, não existe manual de instruções como ser pai – só se aprende na prática – e não é nada fácil.

Quando eu e Patrícia nos casamos, em 2008, perdemos duas gravidezes, de forma espontânea. Viajamos, rimos muito, trabalhamos bastante, fomos enfrentando conforme a música da vida.

Somente em 2016, nosso primeiro filho, o Bento, nasceu. Tão pequeno e frágil, mas ao mesmo tempo forte como um touro, foi ele quem nos ensinou os primeiros passos desta difícil missão.

Os primeiros passos, os primeiros sorrisos, os progressos diários, as brincadeiras, as primeiras palavrinhas - quando chamou papai pela primeira vez, o coração quase sai pela boca. As visitas aos nossos pais, agora avós. Bento teve a sorte de ainda conviver, mesmo que brevemente, com meu pai. Ainda tem as duas avós para amar e ser amado.

A alegria que eles ficam quando o pai chega em casa, cansado do trabalho, compensa todo o cansaço, todo o stress do dia a dia. E também aquele chororô quando temos que sair para trabalhar: papai, papai...

Depois, a escola, as primeiras letras, os números, os intermináveis trabalhos, os primeiros amigos, a vida social mais intensa que a nossa. E a gente ali, junto, vibrando. As festas do dia dos pais, que derretem mesmo os corações mais empedernidos pela vida.

Quando Bento já estava com 5 anos, quando nem esperávamos mais, no meio da pandemia do covid19, lá veio outra surpresa: Bernardo.

Começou tudo de novo: acordar de noite para trocar fraldas e dar leite, o primeiro sorriso, as primeiras palavrinhas, a precocidade típica dos filhos mais novos, que têm um professor eficientíssimo para ensinar as traquinagens - e como eles aprendem!

Cada filho é único, tem o seu jeito, a sua personalidade, e a gente aprende a amar cada um do seu jeito. Quando soubemos que Bernardo estava a caminho, surgiu aquela dúvida no coração do pai de, agora, dois filhos: será que eu vou conseguir amar o segundo como amo o primeiro? Será que eu vou amar menos o primeiro para sobrar algum amor para o segundo? Nada disso.

O amor não diminui nem divide, só soma e multiplica. Impressionante como a gente se surpreende com a capacidade de amar de forma tão intensa nossos filhos, quantos sejam, e o amor é o mesmo com todos e com cada um. A melhor definição que li sobre os filhos é que eles são o nosso coração batendo fora do peito.

E assim, as fases da vida vão se sucedendo, e vamos aprendendo que a felicidade é feita de todas essas coisas da vida. Felicidade não é o destino, é a viagem. É poder olhar pra trás e ver que cada momento valeu a pena...

Até a próxima!


quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Duas perdas hoje: Gal Costa e Rolando Boldrin

 



Olá, meu leitor,


Hoje aconteceram duas perdas importantes no cenário artístico nacional: Gal Costa e Rolando Boldrin.


Gal Costa, uma das vozes femininas mais bonitas que este país já ouviu. Algumas de suas interpretações são inesquecíveis: Aquarela do Brasil, Luz do sol, Baby, Um dia de domingo, Faltando um pedaço, e tantas outras.

Rolando Boldrin, ator, cantor, compositor, apresentador, alegrou nossas manhãs de domingo com o programa Som Brasil, na Globo, e mais recentemente, Sr Brasil, na Educativa. Autor da inesquecível música Vide vida marvada, e tantas outras.

Vão em paz...





terça-feira, 30 de novembro de 2021

Parabéns, Maceió!

 


Parabéns, Maceió! Salve, terra dos Marechais! Hoje esta cidade comemora 206 anos.

Maceió, cidade que escolhi para morar, que conquistou meu coração.

O nome "Maceió" tem origem no termo tupi maçayó ou maçaio-k, que significa "o que tapa o alagadiço"

Maceió tem belas praias, na minha opinião, as mais bonitas do Brasil. Tem um clima agradável, com brisa fresca, um povo acolhedor e belíssimas paisagens para se admirar.

Em resumo, eu moro onde muitos passam férias...

Parabéns, Maceió!


domingo, 3 de outubro de 2021

Sebastião Tapajós

 



A música brasileira está de luto: morreu ontem, em Santarém, no Pará, Sebastião Tapajós.

Sebastião Pena Marcião nasceu em Alenquer, no Pará, em 16 de abril de 1943. Foi ainda criança para Santarém e, em 1964, foi estudar na Europa.

Formou-se pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa, em Portugal. Na Espanha, estudou guitarra com Emilio Pujol e cursou o Instituto de Cultura Hispânica. Realizou recitais nesses dois países.

Regressando ao Brasil, recebeu, por decreto, a cadeira de violão clássico do Conservatório Carlos Gomes de Belém, onde lecionou até julho de 1967. Nesse mesmo ano, gravou seu primeiro CD solo "Violão e Tapajós", lançado pela gravadora Philips. Passou a residir no Rio de Janeiro, dedicando-se à pesquisa de música popular e folclórica.

Gravou muitos discos de violão instrumental no Brasil e no exterior, e suas músicas foram gravadas por grandes nomes da música brasileira.

Tive a felicidade de ouvi-lo tocar duas vezes, em Belém, uma vez como solista e uma segunda vez no show de lançamento do CD "Amazônia Brasileira", em parceria com Nilson Chaves, que ainda tenho autografado pelos dois.

No últimos anos, voltou a residir em Santarém, Pará.

Vá em paz, Sebastião Tapajós...


sábado, 13 de março de 2021

Recife e Olinda

 



Olá, meu leitor!

Ontem minha cidade natal, Recife, e sua irmã Olinda fizeram mais um aniversário: 484 e 486 anos, respectivamente.

Por causa da pandemia, não houve comemorações oficiais. 

Conhecida como "Veneza Brasileira", "Manguetown" e "Florença dos Trópicos", Recife é uma das cidades mais visitadas por turistas no Brasil, principalmente durante o Carnaval.

As praias, a arquitetura histórica e a cultura da capital pernambucana também são ótimos atrativos para turistas de todos os cantos do Brasil e do mundo.

Juntas, Olinda e Recife somam mais de 100 bens considerados Patrimônio Cultural de Pernambuco ou do Brasil – entre eles, o bolo de rolo, o maracatu e o mamulengo (teatro de bonecos).

Pelo seu conjunto arquitetônico e paisagístico, Olinda ainda ostenta o título da Unesco de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. O Frevo pernambucano também é considerado patrimônio mundial da Unesco.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

A língua portuguesa não é para amadores


 


Olá, meu leitor!

Um autor anônimo escreveu e eu encontrei, navegando pelos mares bravios da internet. Achei muito interessante e reproduzo aqui. Se alguém souber quem é o autor, por favor me diga, para os devidos créditos.

Realmente, o português não é para amadores...

x-x-x-x-x

"Entre doidos e doídos, prefiro não acentuar".

Às vezes, não acentuar parece mesmo a solução.

Eu, por exemplo, prefiro a carne ao carnê.

Assim como, obviamente, prefiro o coco ao cocô.

No entanto, nem sempre a ausência do acento é favorável...

Pense no cágado, por exemplo, o ser vivo mais afetado quando alguém pensa que o acento é mera decoração.

E há outros casos, claro!

Eu não me medico, eu vou ao médico.

Quem baba não é a babá.

Você precisa ir à secretaria para falar com a secretária.

Será que a romã é de Roma ?

Seus pais vêm do mesmo país ?

A diferença na palavra é um acento; assento não tem acento.

Assento é embaixo, acento é em cima.

Embaixo é junto e em cima separado.

Seria maio o mês mais apropriado para colocar um maiô ?

Quem sabe mais entre a sábia e o sabiá ?

O que tem a pele do Pelé ?

O que há em comum entre o camelo e o camelô ?

O que será que a fábrica fabrica ?

E tudo que se musica vira música ?

Será melhor lidar com as adversidades da conjunção ”mas” ou com as más pessoas ?

Será que tudo que eu valido se torna válido ?

E entre o amem e o amém, que tal os dois ?

Na sexta comprei uma cesta logo após a sesta.

É a primeira vez que tu não o vês.

Vão tachar de ladrão se taxar muito alto a taxa da tacha.

Asso um cervo na panela de aço que será servido pelo servo.

Vão cassar o direito de casar de dois pais no meu país.

Por tanto nevoeiro, portanto, a cerração impediu a serração.

Para começar o concerto tiveram que fazer um conserto.

Ao empossar, permitiu-se à esposa empoçar o palanque de lágrimas.

Uma mulher vivida é sempre mais vívida, profetiza a profetisa.

Calça, você bota; bota, você calça.

Oxítona é proparoxítona.

Na dúvida, com um pouquinho de contexto, garanto que o público entenda aquilo que publico.

E paro por aqui, pois esta lista já está longa.


E eu finalizo: viva a língua portuguesa, a última flor do Lácio, inculta e bela!





sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Dois mil e vinte: o ano do Coronavirus

 


 

Olá, meu leitor!

Depois de um longo período de inatividade deste blog, volto aqui. Continuo vivo e bem, graças a Deus. O coronavirus botou minha vida na roda...

O ano de 2020 foi, sem dúvida, o ano do coronavirus. Esse vírus chinês colocou o mundo de joelhos, muitos de pernas pra cima e afetou a vida de todo o planeta, de diferentes maneiras e intensidades. Nunca na minha vida sequer imaginei, um dia, entrar mascarado num banco e sacar dinheiro!

Coisas que só existiam em planejamentos futuros tiveram que ser implantadas de imediato – o mundo, mais do que nunca, é virtual. Hoje fazemos compras, reuniões de trabalho, reuniões de lazer, encontros científicos (alguns nem tanto, mas deixa pra lá...), trabalhamos, pela internet. Muitas empresas fecharam seus escritórios físicos e a produtividade aumentou. Amigos advogados me contam que seus processos na Justiça nunca andaram tão rápido como agora.

O isolamento obrigatório também serviu de gatilho e palco para as mais variadas manifestações de solidariedade, como os artistas que fizeram shows beneficentes; mas também serviu para muita gente bem e mal intencionada fazer propaganda de suas “verdades”...

Para outros, no entanto, como eu, o trabalho aumentou, e muito. Estes meses foram de trabalho muito duro para as equipes de saúde em todo o mundo. Estamos na linha de frente, no olho do furacão, na linha de tiro. Muitas vezes, me senti como aquele soldado, na guerra, que está na trincheira, atirando no inimigo, que também está atirando. Muitos de nós foram contaminados e vários destes, infelizmente, não sobreviveram...

Este “novo normal”, que espero que não perdure, distanciou fisicamente as pessoas e deu-nos a oportunidade de sentir o quanto somos importantes uns para os outros. Que saudade de poder dar um abraço em nossos pais e mães, naquela tia querida, daquelas reuniões de família barulhentas, das nossas salas de aula, da praia, do passeio no parque...

Este tempo de isolamento serviu de reflexão para muitos. O mundo, definitivamente, não será o mesmo após a pandemia. Espero que, após a tão sonhada vacina, a gente possa voltar a andar sem máscaras, a fazer aglomerações, a cumprimentar as pessoas.

Adeus, 2020! A Deus, 2021!