E já lá vão 20 anos...
Lembro-me como se fosse hoje. Estava de plantão, durante o estágio do sexto ano, quando veio a notícia bomba: Senna bateu forte na curva Tamborello, no circuito de Mônaco, na Itália. A corrida já tinha sido interrompida por causa de outro acidente grave. Poucas horas depois, a triste confirmação: Ayrton Senna morreu.
No treino da véspera, Senna foi flagrado olhando longamente para o seu carro, com o pensamento absorto, numa imagem que correu o mundo - teria sido pressentimento? Nunca saberemos...
Nos dias seguintes, luto nacional. Não aquele luto fajuto, que só se nota pelas bandeiras a meio pau nos quartéis e repartições. Era luto do povo na rua, nas escolas, nos ônibus - as pessoas tristes, sem alegria, como se um parente muito próximo tivesse morrido. Quando o avião trazendo o seu corpo chegou ao país, as pessoas foram às ruas para se despedir dele. Houve verdadeira comoção nacional.
Depois de sua partida, nunca mais assisti uma corrida de fórmula 1 inteira: perderam totalmente a graça. Vários outros pilotos brasileiros vieram depois, mas nenhum teve o carisma de Ayrton Senna.
Ayrton Senna fez os nossos domingos mais festivos, fez a gente ter orgulho de ser brasileiro, de ver que a gente pode chegar lá e fazer a diferença, como ele fazia tão bem, fosse pilotando um carro inferior aos grandes, mas dando muito trabalho e ganhando várias vezes; fosse naquelas espetaculares corridas na chuva, quando ele foi, simplesmente, genial.
Ayrton Senna marcou as vidas de todos nós, para melhor; ele que fazia o bem a tanta gente, não apenas como piloto, mas como ser humano. Só depois de sua morte é que se divulgou o quanto ele ajudava pessoas, principalmente crianças carentes, sem fazer propaganda.
Descanse em paz, Ayrton Senna do Brasil!
Uma perda inestimável mesmo. Nós brasileiros já não tínhamos muitos ídolos e com a morte dele...
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