sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Seu Lunga



Esta semana foi triste para os nordestinos e para o Brasil: morreu seu Lunga, o sujeito mais mal humorado do mundo, que vivia em Juazeiro do Norte, Ceará, onde tinha um pequeno comércio de usados. Ele foi poeta e repentista.

Ele nasceu em Caririaçú, Ceará, em 1927 e faleceu no último dia 22 de novembro em Barbalha. Seu apelido vem do apelido de infância, Calunga, depois abreviado.

Ele próprio declarou em uma rara entrevista que a maioria das estórias que lhe atribuíam eram falsas; o difícil é escolher qual a melhor.

Vai aqui a minha homenagem com as melhores estórias, na minha opinião.

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Seu Lunga vem pela rua com um litro de leite e é interpelado pelo vizinho:

- Seu Lunga, vai tomar um leitinho?

- Não, vou lavar o chão! - e derrama o leite pela calçada...

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O telefone toca e seu Lunga atende:

- Alô?

- Quem fala?

- Você!

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Seu Lunga chega no bar e pede uma cerveja. O garçom pergunta:

- Seu Lunga, quer copo?

- Não, bote no chão e traga no rodo!

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Seu Lunga chega numa loja:

- Tem veneno pra rato?

- Tem, o senhor vai levar?

- Não, vou trazer os bichinhos pra comer aqui!

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Um cliente pergunta:

- Seu Lunga, pode tomar banho com esse relógio?

- Isso é relógio, num é sabonete!

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Seu Lunga é acordado pela esposa de madrugada:

- Lunga, acorda, tá me dando uma coisa!

- Receba!

- Mas, Lunga, é uma coisa ruim!

- Devolva!

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