terça-feira, 8 de março de 2011

Pragas brasileiras 7: o carnaval



E lá venho eu reclamar do carnaval de novo, mas não tem jeito. Todo ano é a mesma coisa: as mesmas músicas, os mesmos anúncios de quebra de recordes de participação nos blocos / trios / escolas de samba / cidade A / cidade B, os mesmos tristes índices de mortes no trânsito, de disseminação de doenças de transmissão sexual, o baby boom de novembro (os filhos do carnaval), as mesmas “celebridades” desfilando cada mais sem roupa nas escolas de samba, os enredos e samba-enredos cada vez piores (os caras conseguem se superar ano após ano, impressionante!) etc etc etc...

O que também enche o saco é a mania que os foliões têm de achar que a maioria da população (eu incluído), que não gosta de carnaval, não quer aprender a dançar e nem sambar, e não quer aprender as músicas e muito menos as coreografias (cada vez mais indecentes), mas acaba aprendendo, tal a altura insuportável em que são tocadas em alto falantes cada vez mais potentes, em todo lugar, obrigando a todos a ouvir esse verdadeiro lixo musical.

A chateação começa bem um mês antes: as terríveis “prévias” carnavalescas, que sujam a cidade toda, atrapalham o trânsito e a vida de quem quer, simplesmente, descansar no fim de semana. Durante o carnaval, nem se fala: praias superlotadas, ruas interditadas e imundas, trânsito caótico, o risco de se sujar por causa dos “foliões” mais exaltados e o insuportável mela-mela, tudo caríssimo, várias opções de lazer fechadas. Nem televisão se consegue assistir: só dá carnaval. Minha sorte é que ainda existe DVD, TV a cabo e internet.

Mas o pior disso tudo é que o país pára, literalmente, e para quê? Tudo bem, é um feriado para descansar, atrai turistas e divisas, mas precisa desse exagero? Onde está escrita a obrigação de, todo carnaval, ter que encher a cara, fazer besteira, se vestir de mulher, soltar a franga, ficar pulando que nem um louco atrás de um trio elétrico ou de uma batucada qualquer (na maioria das vezes, de gosto mais que discutível) e outras besteiras da época? E, nas cidades mais animadas, há anos que a quarta-feira de cinzas nem existe mais – agora é segunda-feira após o carnaval a volta ao trabalho...

Hoje eu soube que um conhecido do meu sobrinho sofreu um acidente de carro neste domingo de carnaval (bebida, sempre ela...), e está entre a vida e a morte em uma UTI. Ele está precisando de um colchão apropriado para doentes acamados, mas não está conseguindo comprar, porque o vendedor, simplesmente, desapareceu do mapa; afinal, é carnaval...

Achei esse mapa de sobrevivência aqui < http://www.gosteidisso.com.br > e achei interessante reproduzir. Pode ser que ajude mais alguém, além de mim, que também deteste carnaval...
Bom feriado!


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