O Nordeste e o Brasil estão tristes: morreu hoje, em Recife, Ariano Suassuna.
Ariano, do Auto da Compadecida e da Pedra do Reino. Ariano, das aulas espetáculo e da defesa intransigente da cultura brasileira. Ariano, paraibano de nascimento, pernambucano de coração, brasileiro.
Dentre as muitas frases dele, destaco esta:
"O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso."
Um poema dele, que gosto muito, é do disco "A poesia viva de Ariano Suassuna", com participação do Zoca Madureira:
O mundo do sertão
Diante de mim, as malhas amarelas
do Mundo, onça castanha e desmedida,
No campo rubro, a Asna azul da vida:
à cruz de Azul, o Mal se desmantela.
Mas a prata sem sol destas moedas
perturba a Cruz e as rosas mal partidas.
E a Marca negra, esquerda, inesquecida,
corta a Prata das folhas e fivelas.
E enquanto o Fogo clama, à Pedra rija,
que até o fim serei desnorteado,
que até no Pardo o cego desespera,
o Cavalo castanho, na cornija,
tenta alçar-se, nas asas, ao Sagrado,
ladrando entre as Esfinges e a Pantera.
Vai em paz, Ariano Suassuna!
Lamentável.
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